Junho 21, 2013
Graziela Costa 🍒
Passaram dez anos desde o encontro de Jesse e Céline em Paris. Na altura, ficámos na expectativa de como teria terminado aquele dia e a cena inicial de ‘Before Midnight’ mostra-nos o que todos secretamente desejávamos: que eles ficaram juntos e até já têm duas filhas.
Estes dois jovens que, em 1995, se conheceram num comboio são agora dois adultos com vidas comuns. Jesse está divorciado e divide a custódia do filho com a ex-mulher neurótica e Céline tem um trabalho que odeia, mas que tem de aguentar.
O filme passa-se durante o último dia das suas férias na Grécia e funciona como uma grande conversa sobre os dilemas da vida e do amor. Isto é, temos três casais, em alturas da vida diferentes, e dois viúvos que parecem já ter uma ideia diferente sobre o tempo que ainda têm para viver.
À mesa discutem-se os defeitos de cada um dentro das relações, mas é no final do dia, num passeio, que o casal vai admitindo que nem tudo é perfeito. O culminar e o explodir da crise conjugal dá-se quando chegam ao hotel e Jesse sugere a Céline voltarem para a América para poderem estar mais perto do filho deste.
Ela recusa e a discussão vai ficando acesa até que esta bate com a porta. Lá mais para o final vemos Jesse a tentar reconquistá-la, mostrando-lhe que nem tudo é perfeito e vão ter sempre arestas para limar, mas que juntos tudo se torna mais fácil.
‘Before Midnight’, de Richard Linklater, Ethan Hawke e Julie Delpy não quer ser um conto de fadas onde o casal viveu feliz para sempre, pretende antes ser um aproximar das relações reais, onde as pessoas se tentam mudar umas às outras e que, na maioria das vezes, isso dá asneira. Também é verdade que as crises se superam, mas vão continuar a existir e ficamos com vontade de saber como vai ser a vida de Jesse e Céline quando tiverem 50 ou 60 anos.
Por último, deixo um aviso:
Caro leitor, se está a ler este texto e não viu os filmes ‘Before Sunrise’ e ‘Before Sunset’ não vá ver o ‘Before Midnight’ antes de ver os outros dois, pois vai pensar que este é uma “seca” (palavras vindas de alguns espectadores à saída do cinema).