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Achando a vida da Milu

Trivialidades de alguém que tenta conhecer tudo e todos...

Achando a vida da Milu

Trivialidades de alguém que tenta conhecer tudo e todos...

Outubro 23, 2013

Graziela Costa 🍒

Aos bons momentos que passamos juntas,

 

Conheço-te desde que nasci, mas só me comecei a preocupar contigo quando cheguei aos dez anos. A nossa relação sempre foi intensa, aquela espécie de amor ódio que leva qualquer um à loucura e connosco não foi exceção.

 

Lembro-me das tardes de gelado, dos pequenos-almoços com torradas cheias de manteiga que partilhámos juntas. Lembro-me também de quando o meu pai te começou a olhar de lado e do embaraço que senti. Depois, foram os rapazes, não olhavam para nós e eu pensava: “-Não sei o que fazer, mas isto tem de mudar!”. Começava a sentir complexos e vergonha de nós.

 

Certa manhã decidi que íamos mudar e a partir daí acabaram-se todas aquelas comidas que gostávamos… Foi a altura dos verdes, lembras-te?

Numa das noites daquele Verão, lembro-me de estarmos deitadas na cama e pensar: - Acabou, vamos morrer, não temos forças, não temos energia… Mas entretanto, lá devemos ter adormecido, porque no dia a seguir lá estávamos nós prontas para mais um dia a enfrentar olhares de estranhos.

 

Foi assim ao longo de quase um ano, mas quando chegou o mês de julho, estávamos lindas e até fomos comprar o nosso primeiro biquíni. Foi uma tarde bem divertida, não foi? Talvez não para o pai, porque parece-me que apanhou uma seca.

 

Depois, fomos para a universidade e lá nos aguentámos, mas começámos a descambar um bocadinho com as bolachas ao lanche e a falta de exercício. Conseguimos manter-nos num nível certo, com pequenas variações e muita força de vontade. O problema foi quando apareceu o João, e olha que ele gostava de nós e até nos achava “umas brasas”, mas depois começámos a jantar tantas vezes fora…

 

Sim, era giro sair, era giro ir a restaurantes novos dia sim, dia não, mas e as corridas? Deixámos de passar tempo juntas e ultimamente já não te reconheço, parece que já não és parte de mim. Que se passa contigo?

 

Escrevo-te esta carta, porque já não te vejo da mesma forma que via antes e acho que é tempo de mudar e começar uma vida nova, talvez uma como tínhamos antes. Espero que nos voltemos a reencontrar num futuro próximo, porque o tempo em que estávamos no nosso auge foi muito especial e olhares de inveja que recebíamos deixavam-me estupefacta, mas agora… barriga tenho mesmo de te largar!

 

Um aconchego daquela que tanto te abraçou,

Graziela

Junho 21, 2013

Graziela Costa 🍒

 

Passaram dez anos desde o encontro de Jesse e Céline em Paris. Na altura, ficámos na expectativa de como teria terminado aquele dia e a cena inicial de ‘Before Midnight’ mostra-nos o que todos secretamente desejávamos: que eles ficaram juntos e até já têm duas filhas.


Estes dois jovens que, em 1995, se conheceram num comboio são agora dois adultos com vidas comuns. Jesse está divorciado e divide a custódia do filho com a ex-mulher neurótica e Céline tem um trabalho que odeia, mas que tem de aguentar.


O filme passa-se durante o último dia das suas férias na Grécia e funciona como uma grande conversa sobre os dilemas da vida e do amor. Isto é, temos três casais, em alturas da vida diferentes, e dois viúvos que parecem já ter uma ideia diferente sobre o tempo que ainda têm para viver.


À mesa discutem-se os defeitos de cada um dentro das relações, mas é no final do dia, num passeio, que o casal vai admitindo que nem tudo é perfeito. O culminar e o explodir da crise conjugal dá-se quando chegam ao hotel e Jesse sugere a Céline voltarem para a América para poderem estar mais perto do filho deste.


Ela recusa e a discussão vai ficando acesa até que esta bate com a porta. Lá mais para o final vemos Jesse a tentar reconquistá-la, mostrando-lhe que nem tudo é perfeito e vão ter sempre arestas para limar, mas que juntos tudo se torna mais fácil.


‘Before Midnight’, de Richard Linklater, Ethan Hawke e Julie Delpy não quer ser um conto de fadas onde o casal viveu feliz para sempre, pretende antes ser um aproximar das relações reais, onde as pessoas se tentam mudar umas às outras e que, na maioria das vezes, isso dá asneira. Também é verdade que as crises se superam, mas vão continuar a existir e ficamos com vontade de saber como vai ser a vida de Jesse e Céline quando tiverem 50 ou 60 anos.



Por último, deixo um aviso:


Caro leitor, se está a ler este texto e não viu os filmes ‘Before Sunrise’ e ‘Before Sunset’ não vá ver o ‘Before Midnight’ antes de ver os outros dois, pois vai pensar que este é uma “seca” (palavras vindas de alguns espectadores à saída do cinema).

 

Fevereiro 24, 2013

Graziela Costa 🍒

 

 

Fotografia de Steven Governo/Global Imagens

 

Há 930 mil portugueses sem emprego, 16,9 por cento da população ativa do país. Há quem deprima, há quem fuja para a frente, há quem emigre. E há quem crie blogues na internet, para fazer uma espécie de catarse do mau momento que se vive.


Graziela Costa tem 25 anos, é licenciada em Novas Tecnologias da Comunicação, tem um mestrado em Audiovisual e Multimédia e ainda um curso de fotografia. Está desempregada. Chega ao café onde ficou marcado o encontro, senta-se e à pergunta «quer tomar alguma coisa?» responde que não pode. «Um café é um luxo a que não me permito nos dias que correm.» Oferecemos-lhe, naturalmente, o café.

 

Não tem trabalho há mais de um ano. Antes disso, também não viveu grandes alegrias. Foi estagiária no jornal Mundo Universitário , onde ganhava 250 euros de subsídio de alimentação, e trabalhou num outro grupo de comunicação a ganhar 445 euros por mês. Nessa altura, acumulava esses dois trabalhos e o mestrado. Poupou muito. Foi o que lhe valeu. Em junho de 2011 ficou sem o estágio e sem o trabalho.

 

Hoje vive de tarefas pontuais que vai aceitando. Já foi promotora em supermercados, no Natal passado fotografou crianças no Centro Comercial Colombo. Responde a anúncios, envia currículos, vasculha tudo à procura de emprego. E criou o blogue VIDADEDESEMPREGADA.BLOGS.SAPO.PT. Para desabafar? Para não se sentir tão sozinha? Nem por isso. «Para partilhar esta "arte" de encontrar borlas e explicar a toda a gente como se faz.»

 

Graziela vive em Alvalade, Lisboa, numa casa pequenina. Um achado - mais um - em termos de preço. Conheceu o namorado, João, num concerto gratuito. O estudante de Engenharia Eletrotécnica («ele vai ter emprego, seguramente») acha graça à febre dela pelas borlas e também vai aproveitando: «No outro dia consegui, na Companhia das Sandes, um cachorro grátis. Fomos jantar fora! Mas ele é um sortudo. Bebe um leite UCAL todas as noites. Aquilo custa 2,50 euros!»

 

«O que mais me custa é responder a anúncios e não dizer que tenho o mestrado. No outro dia respondi a um anúncio para ser caixa de supermercado e fui aconselhada a não pôr o mestrado nas habilitações. Custa-me muito porque, na altura em que o fiz, tinha dois empregos em simultâneo. Saiu-me do pelo. E agora... parece que é uma vergonha, em vez de um orgulho.»

 

Texto por Sónia Morais Santos. Vê o resto do artigo aqui.


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